quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

EU

Reclamaram de que não tenho uma biografia, vou então tentar escrevê-la o mais sucintamente possível.
Os de minha mãe lutaram nas Batalhas de São Mamede, de Ourique, de Aljubarrota, e defenderam Mazagão em África, para El Rei de Portugal, em 1562. Meu pai, de família de Grandes Burgueses, ao casar ‘doirou’ as Armas maternas e, assim, obteve o direito de ser infalível qual um Romano Pontífice.Um dia, no carro em direção a São Bento, indo eu ao lado do motorista, disse que desejava entrar para a Academia Nacional de Belas Artes. Ouvi um não tão retumbante, que até hoje meus ouvidos doem, só ao lembra do fato. “Você tem que seguir a profissão de seus avós, a minha, e vai para a escola de comércio, já. Vou falar com sua mãe”. Pronto, meu destino havia sido traçado. Não adiantava argumentar. E assim foi. Só que o homem põe e Deus dispõe; uma irmã de minha mãe me deu de presente, quando completei 8 anos, uma coleção dos Clássicos mais tocados no Mundo, da Seleções Rider's Digest. Outra tia, todos os livros de Alexandre Dumas -- e assim, antes dos 15 anos, eu já havia lido vários livros de Eça de Queiros. Apaixonei-me pela Literatura, em um País de poucos livros. Uma coisa porém é certa: li tudo que pude, e ainda leio. Castrado na juventude, vivi altos e baixos na minha vida financeira, mas recursos para livros jamais faltaram. Não nego sempre ter tido um estilo de vida que se pode considerar como o de um ‘bon-vivant’, pois nunca fui formiga, sempre cigarra. Mas hoje creio, sinceramente, que a bagagem cultural que carrego devo a ele, o meu estilo de vida. Não foi mal, pois no fim, acabei sendo agraciado com o título de ‘Dr. honoris causa’ pelo conjunto da obra que escrevi e que é conhecida por um pequeno grupo especifico. Confesso que carrego uma tristeza: a de na mocidade não haver poupado, para ser hoje um Mecenas; tenho grande inveja de Lorenzo de Medici, Lorenzo il Magnífico, que na Renascença patrocinou grandes artistas, pois hoje vemos a orfandade em que vivem os jovens, nas artes brasileiras. Penso que seja só... De mais a mais, eu VIVO

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